O que me vai na alma...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

As distâncias...


«Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta aos seus discípulos:

- Por que é que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

- Gritamos porque perdemos a calma. - disse um deles.

- Mas, porquê gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? - questionou novamente o pensador.

- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça! - respondeu outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar:

- Então não é possível falar-lhe em voz baixa?

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:

- Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O facto é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, os seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância, essas pessoas têm de gritar para se poderem escutar mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais alto terão de gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que acontece quando duas pessoas estão apaixonadas? Elas não gritam, falam suavemente. E porquê? Porque os seus corações estão muito perto, a distância entre elas é pequena. Às vezes os seus corações estão tão próximos, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não precisam sequer de sussurrar, apenas se olham, e basta. Os seus corações entendem-se. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

- Quando vocês discutirem, não deixem que os seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.»

[Desconheço o autor]

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu conheço as duas distâncias.
A que existe fisicamente.
E a que se cria com palavras.
Mas, felizmente, também conheço a proximidade que se constrói mesmo no silêncio!!!

TT disse...

Pois...de vez em quando não nos lembramos qual o caminho, ou porque é que percorriamos aquele caminho!!

(tb concordo com o csa)

P.S.: Nikita, desafio no meu espaço, passalá...

Just me disse...

E os gritos de euforia? Eu grito quando estou feliz ^^

Anónimo disse...

Parece-me que, quer os gritos, quer os silêncios, podem criar distâncias e aproximar as pessoas... mtas vezes, a dor maior é mesmo a dúvida e a inquetação associados a ambos em mtos momentos!

Nikita disse...

JUST ME: Há gritos e gritos! Gritos de euforia não seriam propriamento o objecto de reflexão deste sábio! Esses não criam distâncias obrigatoriamente, embora haja pessoas que não os suportem e se distanciem por isso.

Sim, os silêncios também podem criar distâncias... embora sejam, muitas vezes, o maior indicador de proximidade, quando se atinge o patamar de cumplicidade em que as palavras não são necessárias para se comunicar. Nestes casos, é tão bom estar em silêncio na presença da outra pessoa! :)

Já os gritos, não! Podem servir para acordar alguém de um marasmo, para chamar a atenção, para dizer desesperadamente: "estou aqui!". Mas, se gritamos, é porque a distância já se começou a construir, mesmo que ainda não tenhamos consciência disso.